ONU anuncia suspensão de entrega de ajuda humanitária através de Kerem Shalom

por RTP
Amir Cohen - Reuters

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês) anunciou este domingo a suspensão da entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, a partir de um ponto de passagem essencial com Israel.

"Estamos a suspender a entrega de ajuda através de Kerem Shalom, o principal ponto de passagem da ajuda humanitária a Gaza", anunciou o chefe da agência da ONU, Philippe Lazzarini, através da rede social X.

Lazzarini acrescentou que na véspera os camiões com ajuda alimentar foram "todos" roubados durante o transporte e esta não foi a primeira vez que tal aconteceu.

Em novembro, homens armados saquearam cerca de uma centena de camiões que faziam o percurso através de Kerem Shalom.

A decisão de suspender a entrega de ajuda através daquela que é a principal passagem de carga para Gaza poderá agravar a crise humanitária que se vive no território, à medida que a chuva e o frio progridem, com centenas de milhares de pessoas a viverem em campos de refugiados e dependentes da ajuda alimentar internacional.

Vários especialistas tinham já alertado para a fome no norte do território, que as forças israelitas mantém quase totalmente isolado desde o início de outubro.

Mais dois prisioneiros palestinianos morrem em prisões israelitasDois prisioneiros palestinianos, Muhamad Huwaishel Idris, de 35 anos, e Muath Jaled Rayyan, de 31, ambos detidos na Faixa de Gaza durante a guerra em curso, morreram em prisões israelitas, confirmaram instituições palestinianas.

"A revelação de mais mártires entre os detidos em Gaza aumentou nas últimas semanas, o que significa que a ocupação continua com crimes sistemáticos de tortura, negligência médica, inação, violação e agressões sexuais, abusos e torturas", refere um comunicado conjunto da Comissão de Assuntos dos Prisioneiros da Autoridade Palestiniana e do Clube dos Prisioneiros Palestinianos e da Addameer, uma associação que presta assistência jurídica aos detidos.
Nos dois casos são desconhecidas as causas e circunstâncias da morte, tendo a família de Idris esclarecido que ele não sofria de qualquer problema de saúde, após o seu desaparecimento em 25 de agosto.
Segundo estas instituições, citadas pela Efe, as autoridades de Israel comunicaram a morte de Idris na prisão israelita de Ofer, na Cisjordânia ocupada, na passada sexta-feira.

Por seu lado, Rayyan morreu no passado dia 2 de novembro, tendo esta informação chegado em resposta a uma carta em que estas organizações questionavam sobre o seu paradeiro. As autoridades de Israel não indicam em que prisão ou centro de detenção morreu.



Rayyan, detido em 21 de outubro, sofria de paralisia.

Com estes casos, são já 47 os prisioneiros palestinianos confirmados mortos em prisões israelitas, muitos vítimas de tortura, desde 7 de outubro, quando começou a guerra na Faixa de Gaza após o ataque do Hamas.

Israel interceta míssil lançado do Iémen
O Exército israelita intercetou, este domingo, um míssil balístico disparado do Iémen, antes de chegar ao território de Israel, confirmou em comunicado aquela força militar.

A chegada do míssil fez soar os alarmes antiaéreos em vários pontos do centro e sul de Israel.

Os estilhaços do míssil intercetor, lançado através do conhecido sistema Arrow 3, caíram em Israel sem causar feridos, segundo o serviço de emergências do país, o Magen David Adon (MDA).

Os paramédicos do MDA trataram quatro pessoas com sintomas de ansiedade, que sofreram quando se dirigiam aos refúgios, após soarem os alarmes.

Os rebeldes hutis do Iémen, apoiados pelo Irão, atacam território israelita e posições ligadas a Israel no Mar Vermelho e Arábico desde outubro do ano passado, após o início da guerra em Gaza.

No entanto, nos últimos meses, a chegada de drones e mísseis disparados pelo grupo rebelde contra o Estado hebreu também se intensificou quando Israel estava a reduzir a ofensiva contra o Líbano.

O líder dos rebeldes chiitas hutis do Iémen, Abdelmalek al Huti, afirmou na quinta-feira que o cessar fogo no Líbano marca uma “vitória histórica” do grupo chiita libanês Hezbollah, mas prometeu continuar a atacar Israel.

“O que se conseguiu na frente libanesa deve ser aproveitado com maior esforço do que antes, tanto na frente iraquiana, como na frente iemenita”, asseverou.

Na quarta-feira, entrou em vigor o acordo de cessar fogo norte-americano, firmado entre Israel e o Líbano, apesar de desde então já se terem registado vários incidentes no sul do país árabe, nos quais o Exército israelita abriu fogo, justificando com a presença de milícias do Hezbollah.

c/Lusa

Tópicos
PUB